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Como ter empatia (Parte 1)

Atualizado: 17 de out. de 2020





Empatia é uma coisa muito importante de se ter. É importante ainda mais nos dias de hoje, em que as pessoas são tão diferentes e parecem que não compreendem realmente uns aos outros.

Empatia é quando você compreende o outro, compreende a dor do outro, as necessidades dele e quando você abre um espaço para ser discutido ali o sofrimento do outro, um espaço de acolhimento e compreensão.

Eu mais pra frente vou falar mais afundo sobre esse espaço que é a empatia, mas antes, precisamos falar sobre duas coisas: os dois tipos de empatia e as atitudes que nos impedem de ter uma desses tipos de empatia.




Empatia cognitiva X Empatia emocional

Há dois tipos de empatia: a empatia emocional e a empatia cognitiva.

A empatia emocional é a mais comum. É a empatia em que você é contagiado pelo sofrimento do outro. É quando, somente ao ver o outro sofrer ou estar em uma situação difícil, você já sente a dor dele e já compreende o que eles está sentindo e passando.

Já a empatia cognitiva é mais complicada de se ter. Ela exige um esforço inicial, já que ela não é tão natural como a empatia emocional.

A empatia cognitiva é você compreender uma necessidade não atendida por trás de um comportamento, um comportamento que muitas vezes pode ser um comportamento agressivo.

Para ambas as empatias, a gente precisa compreender o outro antes mesmo de responder ao comportamento dele, seja um comportamento agressivo ou de dor e sofrimento. E essa compreensão é a empatia.

Eu quero dedicar o próximo texto aqui no blog apenas para falar sobre como ter a empatia cognitiva. Porém, nesse texto aqui, a gente vai focar apenas na empatia emocional, combinado?

Atitudes que impedem que tenhamos a empatia emocional

Tem três comportamentos que podemos ter e que impedem que nós tenhamos empatia emocional diante de uma pessoa que está sofrendo com algo.

Imagine que um amigo seu chega na sua casa e diz que teve um problema no trabalho. Daí, você talvez possam ter um desses quatro comportamentos.

O primeiro comportamento é de você dizer algo como “mas nossa, tem tantas pessoas desempregadas por ai. Você tem que dar graças a Deus por ter um emprego”. Mostrar que outras pessoas estão em uma situação pior que a do outro é um comportamento que impede a empatia emocional.

Naquele momento você estava querendo ajudar com isso, claro, mas a pessoa precisava desabafar, precisava colocar os sentimentos negativos dela, o sofrimento dela, para fora. E quando você já de início mostra que tem pessoas piores na situação dela, ela vai sentir que não deveria estar reclamando daquilo e vai sufocar os sentimentos dela, e não os colocar para fora.

Você não vai estar abrindo um espaço para ela falar dos sentimentos dela, para ela expor o sofrimento dela e assim, lidar com aquilo.

Uma segunda possibilidade de comportamento seria você dizer algo como “nossa, mas no meu trabalho aconteceu esses dias uma coisa muito pior que essa que rolou com você”. E aí você vai contar como foi a situação pior que a que a pessoa está passando. Novamente, ela vai se sentir mal de reclamar e estar sofrendo com o que está sofrendo e isso não é saudável.

Falando uma coisa dessas, mostrando que você já esteve em uma situação pior que aquela, você também não está abrindo o espaço para que aquela pessoa desabafa sobre os seus sentimentos, algo importante para lidar com situações difíceis.

Uma terceira possibilidade de comportamento seria você dar conselhos e soluções para a pessoa lidar com aquela situação. Dar conselhos e soluções não é uma coisa ruim de se fazer, mas é ruim quando isso acontece no início da conversa e quando você não permite que a pessoa desabafe sobre os sentimentos dela.

Nesse meu texto aqui eu explico mais afundo sobre isso e porque dar conselhos e soluções podem não ser uma boa ideia com a maioria das pessoas.

Você dar conselhos e soluções no início é também um comportamento que impede que você abra esse espaço para a pessoa desabafar e falar sobre o seu sofrimento, já que, dando soluções, porque mais ela iria ter que falar sobre esse assunto já que ela já tem as soluções para ele?

Agora você entende que nem sempre as pessoas vem falar com você sobre uma situação difícil porque querem soluções para os problemas delas. Ela normalmente querem e precisam falar sobre o sofrimento delas para poderem colocar aquilo para fora e se sentirem melhor, tirando esse peso da dor e dos problemas de cima dela.

Esses três comportamentos são comportamentos que impedem que você tenha empatia emocional. Então, para ter empatia emocional diante de uma situação difícil de outra pessoa, você precisa ter a quarta possibilidade de comportamento diante dessas situações:

Abrindo um espaço de compreensão

O primeiro passo para você ter empatia emocional nessas horas é você compreender o outro. Compreender a dor dele, tentar entender porque ele está sentindo aquilo e tentar compreender e sentir o que ele está sentindo.

Compreender envolve o lado emocional de entender uma situação. Compreender é você sentir ou lembrar de um sentimentos seu parecido com aquele que a pessoa parece estar sentindo. É você se colocar no lugar do outro, mas esse lugar não é a situação e o contexto do outro, mas sim os sentimentos que o outro está vivendo naquele momento.

Depois disso, você precisa abrir esse espaço de compreensão para a pessoa. Você consegue fazer isso ouvindo ela, mas não ouvindo ela na intenção de ouvir para saber o que responder, mas sim de ouvir para escutar a pessoa, para conseguir compreender ela e para ela se sentir de fato ouvida.

Você consegue abrir esse espaço de compreensão também concordando com os sentimentos dela e fazendo perguntas sobre a situação ou até pedindo que ela conte mais sobre aquilo. Se você for concordar com os sentimentos dela e com as coisas que ela está dizendo, você não precisa mentir e fingir concordar com tudo, mas não diga as coisas que não concorda e apenas diga sobre as coisas que concorda.

Então por exemplo, vamos supor que você seja cristão e uma pessoa te conta sobre uma situação em que ela foi julgada e até ameaçada por outras pessoas cristãs por conta dela ser homosexual. Daí, ela diz algo como “os cristões são muito homofóbicos”.

Você provavelmente pode pensar que nem todos os cristões são homofóbicos, mas concorda que alguns são. Então, você pode apenas dizer “sim, alguns deles são bastante homofóbicos”.

Você concordou com a pessoa sem precisar discordar dela e mentir para ela, entende?

Fazendo todas essas coisas, você vai conseguir facilmente abrir um espaço de compreensão. E se, depois de a pessoa ter desabafado sobre os seus sentimentos, ela te pedir conselhos sobre o que fazer, aí sim que é interessante você dar conselhos e soluções para a pessoa sobre aquela situação.

Evitando o lado negativo da empatia emocional

A empatia emocional é uma coisa linda e que nos aproxima uns dos outros. Mas, assim como qualquer outra coisa, a empatia emocional tem um lado negativo. E esse lado negativo é visualizar tão fortemente o sofrimento do outro, que você acaba sofrendo com isso.

Para evitar isso, a gente precisa entender que sofrimento, apesar de ser uma coisa muito ruim, é uma coisa natural. Todos nós vamos e estamos sofrendo, às vezes em menor escala, as vezes em maior escala.

A gente sempre vai ter problemas, a gente sempre vai sofrer e a gente sempre vai ter coisas negativas e muito ruins na nossa vida. Faz parte da vida isso, mas a gente pode aceitar isso e tirar proveito disso ou evitar e tentar nos proteger desse sofrimento a vida toda.

A gente entender que o sofrimento, que os problemas são coisas naturais e comuns, faz com que a gente entenda que a outra pessoa sempre irá sofrer, que nós sempre iremos sofrer, mas que é por isso que a gente cresce. Que é por isso que a gente se torna pessoas melhores e que a gente evolui e amadurece.

Ver esse lado positivo do sofrimento é muito saudável e bom na hora em que estamos sentindo empatia emocional.

Não devemos falar disso na hora que a pessoa estiver expondo o seu sentimento, mas devemos, internamente e apenas na nossa cabeça, compreender também que aquele sofrimento que o outro está passando vai fazer ele crescer, amadurecer e ser uma pessoa melhor.

E eu acho que isso ajuda demais para que a gente não sofra muito com a empatia emocional.

Espero que essas dicas possam te ajudar a ter mais empatia emocional!

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