Leia esse texto se você não sabe lidar com o medo
- Raquel Oliveira
- 17 de ago. de 2023
- 4 min de leitura

Esses dias eu estava vendo um vídeo do canal Femingos, que falava sobre se sentir perdido, sentir que está no lugar errado ou sem rumo. Eu cliquei porque realmente me achava perdida, achava que a minha rotina estava caótica demais, que estava tudo junto e misturado e que eu precisava resolver aquilo.
E, o vídeo falava sobre encontrar aquilo que te faz bem, que você sente que é o que você quer estar fazendo e, enquanto a autora do vídeo falava, eu só conseguia pensar que a vida que eu tenho é a vida que eu quero ter, porque é ela que vai me permitir viajar.
Eu só me sinto perdida porque ainda não estou viajando, ainda não tem o elemento principal na minha rotina, que é de fato as viagens. Mas então por que eu ainda estava me sentindo insegura com essa decisão?
Porque eu estava com medo.
O que afinal é o medo?
Eu sou uma pessoa que possui ansiedade e ela está diretamente ligada ao medo. Eu também sou uma pessoa que tento, a todo custo, não resistir ao medo. Mas dessa vez, ele estava tão entranhado em mim, que era difícil me afastar dele.
Mas afinal, o que é o medo? Para que ele serve?
O medo é um escudo protetor. Ele tem essa função: te proteger de tudo aquilo que ele acha que será perigoso, ameaçador ou que dará errado.
Mas o medo, em essência, é um instinto, uma reação. É algo natural que fazemos sem pensar.
De acordo com o autor do livro “A Arte de Pegar Leve”, existem três reações principais que o medo nos gera, para nos proteger: paralisar, fugir ou reagir.
Imagine que há um urso vindo na sua direção. O seu cérebro entende aquilo como perigo e irá te fazer reagir: ou fugir do urso, ou paralisar, ficar imóvel para que o urso não perceba a sua presença, ou te fará atacar o urso, em legítima defesa.
Mas o nosso cérebro não sabe a diferença entre um urso vindo na nossa direção e você começar a viajar pelo mundo. Ele acredita que as duas situações são perigosas e te faz reagir de uma dessas três formas (na maioria das vezes, fugindo).
E, quando eu refleti sobre o meu medo, eu me lembrei disso, que talvez eu estivesse apenas reagindo, que o meu medo achasse que eu viajar o mundo fosse algo tão desconhecido (e de fato é) que iria me forçar a fugir disso, a achar que eu não quero na verdade isso, na tentativa de me impedir de viajar.
Mas então, como podemos lidar com o medo?
Uma frase que me ajudou a lidar melhor com o medo
No começo de abril, eu fiz algo importante: eu me formei no curso de Letras Português na UFSC. E eu não apenas me formei: eu também, junto com a minha amiga, fui oradora da turma.
E, dois meses antes, eu já estava com medo. Quanto mais abril se aproximava, mais eu sentia medo, mais ele crescia, ao ponto de eu chegar a duvidar se eu tinha feito uma boa escolha ao querer ser oradora.
E então eu me lembrei de uma frase importante, que eu havia visto na internet, que falava sobre medo. Ela era mais ou menos assim:
“Sentimos medo quando estamos prestes a fazer algo muito foda.”
E essa palavra, a palavra “foda”, tem um sentido incrível: ela traz a ideia de algo especial, algo importante, ao mesmo tempo que traz a ideia de algo grande, de algo que irá nos marcar.
E de fato isso ocorreu: eu estava com tanto medo, mas com tanto medo, e ser oradora foi algo foda. Foi algo que eu me orgulho demais, e foi algo muito especial e importante para mim.
Por isso que, sempre que esse medo surge, eu me lembro dessa frase.
Parece que o medo é diretamente ligado a algo ser foda: quanto mais foda isso será para você, maior o medo que você sentirá.
E de fato faz sentido, afinal, quanto mais alto voamos, melhor a vista, mas mais perigosa é a queda.
Porém, apesar dessa analogia fazer sentido, na maioria das vezes que o nosso medo surge de uma forma tão intensa e paralisante, não há um risco de morte. Não há.
Eu não iria morrer se o meu discurso desse errado. Eu talvez nem mesmo me machucaria (só talvez se eu tropeçasse ou algo assim, mas seria um machucado de leve e não algo grave).
E viajar o mundo também não me fará morrer. Eu posso ser assaltada estando em lugar novo? Posso, da mesma forma que posso ser na minha cidade.
Eu posso perder o meu emprego enquanto viajo? Posso, mas também posso perder ele estando durante mais de um ano em uma mesma cidade, já que eu trabalho de forma totalmente remota.
Eu posso perder tudo o que eu tenho viajando? Posso, mas também posso ter minha casa atual invadida e perder tudo do mesmo jeito.
Eu viajar ou não, não irá impedir que as coisas ruins, que eu tenho medo, aconteçam. A viagem não irá impedir isso. Por isso, por que abrir mão de algo foda sendo que eu continuo tendo os mesmos riscos, mas sem a parte boa?
É assim que eu lido com o meu medo: me lembrando dessa frase, me lembrando que os riscos do que eu sinto tanto medo podem ocorrer de outras formas também e que, eu fazendo ou não o que eu sinto tanto medo, não impedirá que esses riscos sejam reais.
Então, se lembre disso toda vez que o seu medo surgir, combinado?
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